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AMAMOS A
VIA VERDE
[Ana Garcia Martins, in TIMEOUT, Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008]

Uma pessoa pensa em Via Verde (VV, para simplificar) e quase tem vontade de largar a cantar, de tantas alegrias que nos dá. Para começar, é uma invenção portuguesa. Bem, para sermos honestos, se fizermos uma pesquisa no Google ele revela que é tudo uma farsa, porque vai-se a ver e o primeiro sistema do género foi inventado na Noruega uns bons anos antes de cá chegar. Mas andaram anos a dizer-nos que era uma invenção nossa, aceitámos os louros, por isso venham de lá os espertinhos dos noruegueses de patente na mão, a ver se têm coragem de nos contrariar.
Bom, mas dizíamos nós que amamos a VV. E porquê? Ponto1: portagens. Enquanto os tansos que pagam a dinheiro ficam ali na fila a rogar pragas, a malta da VV é sempre a andar. E lá volta a vontade de cantar, desta feita um “e ninguém pára o meu carro, allez-oohhhh!”. Ponto 2: parques de estacionamento. É só vantagens: não é preciso ganhar mofo nas filas para as máquinas, não é preciso andar à procura de moedas em todos os bolsos e mais alguns (ou, pior, ter que pedir 10 cêntimos ao senhor atrás de nós e que fica a pensar que é mas é para a droga) e, maravilha das maravilhas, nem sequer é preciso ver quanto é que foi a despesa.
A pessoa encosta o carro à cancela, espera que aquilo abra e ala que se faz tarde. Só volta a pensar no caso um mês depois, quando a factura chegar a casa. Ponto 3: bombas de gasolina. É que não há nada que pague o facto de não ter de se ir para a fila apanhar com aquela gente que faz as compras do mês nas estações de serviço. Obrigada, senhores (portugueses!) que inventaram a VV. Um grande bem-haja, sim?

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